Mais uma vez suposições incorretas têm influenciado a nossa dieta. Nos tornamos uma geração que foge da gordura e do colesterol em especial, pois ainda muitos acreditam nisso.
Isso teria sentido?
Reduzir o colesterol a qualquer custo melhoraria as condições de saúde?
Não é o que estamos vendo…
O colesterol é encontrado em todas as células do corpo. É fundamental para a saúde, pois atua em funções vitais, como seus hormônios, sinalização celular, vitamina D, maior proteção de doenças, além de aumentar sua expectativa de vida.
Se colesterol elevado e dietas gordurosas causam doença cardiovascular, pergunto:
Como explicar que os níveis de colesterol na população nunca ficaram tão baixos, e porque o número de mortes por doenças cardiovasculares continua aumentando – mesmo com a redução de sua ingesta e o aumento do uso de estatinas?
Será que esse é o caminho correto?
Colesterol da dieta X Colesterol produzido pelo corpo
Cerca de 80% do colesterol é produzido pelo fígado e somente o restante é proveniente dos alimentos que você ingere. E quanto mais restringimos sua ingesta, mais o fígado a produz, com o objetivo de atender as necessidades fisiológicas diárias do nosso corpo.
Quando comemos mais alimentos ricos em colesterol, como ovos, manteiga e carnes gordurosas, nosso corpo produz menos. Ou seja, a ingestão de alimentos ricos em colesterol não reflete o nível de colesterol sanguíneo.
Porém, com a dieta moderna, rica em alimentos refinados e industrializados, é difícil de se obter colesterol em excesso, o que obriga o fígado a sintetizar mais colesterol.
Em cerca de 30% da população, a ingesta de alimentos ricos em colesterol pode causar um aumento sutil nos níveis de colesterol, mas às custas da fração boa, que é o HDL, o que se traduz em maior proteção cardiovascular, apesar desse aumento do colesterol total.
Além disso, as pesquisas nunca estabeleceram uma relação clara e consistente entre o consumo de colesterol na dieta e o risco de doença cardíaca.
Diretriz Dietética Americana e liberação do colesterol
A cada 5 anos, o Comitê Consultivo para Diretrizes Dietéticas (DGAC) revisa as Diretrizes Dietéticas para Americanos. Nesta última oportunidade, para o período 2015 – 2020, deixaram de restringir o colesterol na dieta, ou seja, ele deixou de ser considerado um nutriente de preocupação pelo consumo excessivo.
Apesar desta medida ter sido tomada a quase 5 anos, isso já é sabido há pelo menos 2 décadas.
Prova disso é o estudo do Honolulu Heart Program, publicado no The Lancet, em 2001, aonde afirma:
“Nossos dados estão de acordo com descobertas anteriores de aumento da mortalidade em idosos com baixo colesterol sérico e mostram que a persistência a longo prazo de baixa concentração de colesterol realmente aumenta o risco de morte”.
Como ter o equilíbrio adequado
A intenção, no caso, é buscar um equilíbrio adequado ao seu corpo. Indiretamente o seu nível de insulina acaba influenciando o seu colesterol, portanto, mantê-lo baixo e sobre controle certamente ajudará muito na normalização do colesterol.
Para isso:
1. Reduza a ingesta de alimentos refinados e industrializados, grãos, açúcares e frutose na sua dieta.
2. Elimine os óleos vegetais hidrogenados e parcialmente hidrogenados, substituindo-os por gorduras saudáveis, como azeite, manteiga e óleo de coco.
3. Enfatize gorduras ômega 3 de fontes animais e de alta qualidade. No caso de associar um suplemento de ômega 3, que seja isento de metais tóxicos ou opte pelo óleo de krill. Os estudos mostram que com isso, você pode melhorar seu colesterol total, triglicerídeos e aumentar seu colesterol HDL.
4. Otimize a flora intestinal, aumentando a ingesta de alimentos fermentados em sua dieta. Além de aumentar sua imunidade geral, age na sua defesa cardiovascular.
5. Garanta níveis de vitamina D entre 80 e 100 ng/dl, pois segundo os estudos é o que garante prevenção da formação de placa arterial.
6. Atividade física regular, em especial treinos de alta intensidade como o supra aeróbico, que melhoram a sua função e proteção cardíaca.
7. Procure dormir de 7 a 8 horas por dia.
8. Evite o tabagismo e o excesso de bebidas alcoólicas.
Com essas medidas simples você vai manter um controle adequado do colesterol. E lembre-se: ele não é o seu inimigo número 1!
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