O dólar abriu esta quarta-feira, 19, em alta ante o real, descolado da queda predominante no exterior em relação a divisas emergentes ligadas a commodities, e renovou máxima em R$ 4,3723 (+0,30%) no mercado à vista. Por volta das 9h40, O BC apenas observava.
O operador da Commcor, Cleber Alessie Machado Neto, diz que alta é estrutural com os juros baixos no País. Ele cita várias razões que justificam sua avaliação: não há atrativo para carry trade com o achatamento do diferencial de juros interno externo, há carência de entrada de fluxo estrangeiro para a Bolsa, o País carece de grau de investimento e o PIB interno pode ser comprometido pelos efeitos do coronavírus na economia chinesa. “Tudo isso é ruim para o real. O investidor nacional é que está apoiando as altas recentes da Bolsa e faz hedge cambial para exposição em renda variável”, acrescenta.
Machado Netto relata que aumentou a posição comprada em dólar de investidores nacionais. “Ontem (terça) o investidor local estava comprador em dólar futuro em US$ 5,964 bilhões, ante uma exposição vendida desses players de US$ 837,5 milhões em 31 de janeiro”, comenta.
“O investidor nacional se protege no dólar por temer eventual revés na economia interna ou estresse externo mais forte”, avalia. Sua percepção é de que o real opera descolado, mas se o movimento se acentuar e persistir, o BC pode mostrar as caras. “Aparentemente, não há uma defesa de nível de preço, mas de eventual volatilidade”, diz.
Estadão Conteúdo
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