Quando a morte chegar

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É algo de que ninguém escapa. Rico, intelectual, pobre, ignorante, bons ou maus, todos morreremos um dia.

De uma forma paradoxal, no entanto, é o em que, de modo geral, menos pensamos. Ou nem queremos pensar.

Porém, deveríamos ter em mente que se caminhamos para um destino certo o correto seria nos prepararmos.

É como se nos fosse imperioso realizar uma longa viagem, deixando tudo que temos para trás. Com certeza, nos prepararíamos.

Não sabendo exatamente qual clima iremos encontrar no lugar para onde estamos nos dirigindo, levaríamos uma bagagem que comportasse vestimentas para dias de temperatura amena e outras de intenso calor ou muito frio.

Haveríamos de nos preocupar com o que faríamos ao chegar e estabeleceríamos um planejamento.

Então, como não pensamos na grande e imprescindível viagem que faremos, transferindo-nos deste mundo para outro?

Um mundo que é vibrante, onde haverá reencontros, onde precisaremos ter uma veste especial, para nele nos movimentarmos, de forma adequada.

A veste nupcial, aquela mesma que o Evangelista descreve na parábola do festim das bodas.

Veste que é tecida, em nosso dia a dia, pela nossa forma de pensar, de agir, de produzir para o bem ou para o mal.

Talvez fosse interessante que pensássemos em rogar ao bom Deus para quando chegar esse momento, o da passagem, o deixar uma realidade para penetrar em outra.

Poderia ser algo mais ou menos assim: Senhor, quando eu tiver que partir, permite que eu esteja preparado. Que haja paz em minha consciência por não ter agido mal para com meu semelhante.

Que eu esteja pronto, com minha bagagem de boas ações em valise apropriada, sem remorso pelo não feito e não realizado.

Permite que Espíritos do bem me possam receber, auxiliando-me nessa transposição da embarcação frágil da vida terrena para o navio imenso da Espiritualidade.

Quem sabe, Senhor, possas permitir que antigos amores me recepcionem, levando-me abraços, flores e sorrisos.

Amores desta vida, que partiram antes, deixando uma lacuna em meu coração; amores de outras vidas, sempre lembrados pelo Espírito imortal.

Permite, Pai Celeste, que os que permanecerem na Terra, fiquem tranquilos, que aceitem a minha partida, com a dignidade de quem tem consciência plena de que a jornada terrena é passageira.

Que pensem em reestruturar as suas vidas, sem minha presença, que prossigam em seus dias de progresso e lutas.

E eu, alma pacificada, possa adentrar os umbrais da Espiritualidade há tanto tempo deixada, com vontade de continuar a aprender, a trabalhar, tão logo me refaça do cansaço da viagem terrena e de eventuais reflexos de transtornos físicos que me tenham tomado os últimos dias.

Que eu possa retornar para o lar que ali deixei, retomando tarefas suspensas por um tempo.

E que, como Espírito, tenha a possibilidade de me sentir livre, transitando por tantos lugares que desejei visitar, enquanto encarnado.

Desejo conhecer paisagens simplesmente sonhadas enquanto folheava livros ou assistia documentários.

Conhecer lugares espetaculares criados pela Tua grandeza, onde cantam as cascatas, vibram as montanhas e Te enaltecem as florestas.

Enfim, Senhor, fica comigo nessa hora.

Redação do Momento Espírita.
Em 13.2.2020.

10:00:03

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