O dia 19 de abril de 1995 foi marcado por um ataque terrorista nos Estados Unidos.
Muitas das vítimas eram bebês que brincavam, na creche do edifício destruído pela explosão de um carro bomba.
O interessante, no meio da tragédia, é saber dos pressentimentos, que livraram alguns deles da morte.
Michael Butler, um loirinho de quatro anos, por exemplo, continua vivo porque sua mãe, Kari, não o deixou ir à creche naquela manhã.
Alguma coisa me disse para deixar o Michael em casa, confessou ela a uma amiga.
A criança até chorou porque queria ir ver o seu amigo Aaron. A mãe ficou firme porque alguma coisa continuava lhe dizendo: Não, hoje não!
Graças a esse estranho pensamento que falou a Kari, haverá muitos outros dias para Michael.
Com a menina Achley foi diferente. Nos seus quatro anos, pediu com insistência para a mãe: Um abraço. Preciso de um abraço.
Mas eu já te dei um abração enorme, falou a mãe.
A garotinha insistiu: Mas eu quero outro, e quero um beijo também. Com um riso cheio de amor, a mãe ouviu a menina dizer: Eu gosto de ti, mamãe. Eu te amo.
Parecia despedida. E foi mesmo.
Menos de duas horas depois, a mãe e os avós eram surpreendidos com as notícias da explosão. A menina foi encontrada morta.
* * *
Existe pressentimento? O que é isso? Pressentimento é o conselho íntimo e oculto de um Espírito que nos quer bem.
É, portanto, um amigo espiritual que nos alerta a respeito de um perigo, no intuito de nos salvaguardar.
Isso explica o caso da mãe do pequeno Michael.
De outras vezes, é a intuição da escolha que se haja feito, antes de renascer.
Antes de reencarnar, o Espírito tem conhecimento e até escolhe o gênero de provas a que se submeterá.
Ele conserva no seu íntimo uma espécie de impressão de tais provas e essa impressão, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.
Isso explica o caso da pequena Achley e sua despedida especialmente carinhosa, naquele dia.
O pressentimento pode ser considerado como a voz do instinto.
Como essa voz, por vezes, nos parece algo simplesmente vago, ocorre de nem sempre prestarmos atenção.
Nesses momentos, é bom orar ao Espírito protetor, ao anjo da guarda ou diretamente a Deus, para que possamos melhor discernir.
Os avisos dos Espíritos protetores objetivam tanto o nosso procedimento moral como também nos evitar certos acidentes e transtornos.
Eles nos ajudam com seus conselhos, mediante a voz da consciência que fazem ressoar em nosso íntimo.
Como nem sempre ligamos a isso a devida importância, eles também se servem das pessoas que nos cercam. São elas os seus instrumentos para nos aconselhar.
É bom que examinemos as diversas circunstâncias felizes ou infelizes da nossa vida.
Veremos que, em muitas ocasiões, recebemos conselhos que não aproveitamos e que nos teriam poupado muitos desgostos, se os tivéssemos escutado.
Caminhemos mais atentos. Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base nos itens 522 a 524,
de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e no cap. 39, do livro
Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz, psicografia de
Waldo Vieira, ambos ed. FEB e em reportagem da revista
Manchete, de 13.5.1995.
Em 28.1.2020.