Quase um ano após a criação da plataforma para atendimento aos brasileiros prejudicados pelos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, oito em cada dez cadastrados ainda não receberam os valores devidos. Segundo associações de defesa dos poupadores, eles têm tido dificuldades com o sistema digital criado pelos bancos.
Um deles é o professor aposentado Euclides Rossignoli, de 80 anos, que teve as economias afetadas pelo Plano Verão, de 1989. Ele entrou na Justiça em 1993, por meio de uma ação coletiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), aderiu ao acordo no ano passado, mas ainda não recebeu. “Só espero receber logo”, diz.
Ele estima ter cerca de R$ 50 mil para receber do Banco do Brasil. “Mas até agora, nada. Sei que algumas pessoas já conseguiram, mas depende do banco. A verdade é que a gente imaginava que essa novela iria acabar.”
No fim de maio do ano passado, os bancos colocaram no ar uma plataforma digital para que os poupadores pudessem aderir ao acordo, que prevê a compensação de perdas com os planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991).
O acordo previa que as adesões seriam feitas em série, segundo a idade dos poupadores. O limite de adesão ao acordo era de dois anos, contados a partir da homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2018 – o prazo, portanto, termina no ano que vem.
Estadão Conteúdo
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