Uma ex-diretora da Universidade Brasil, de Fernandópolis (SP), disse à Polícia Federal que alunos pagavam até R$ 80 mil por uma vaga na faculdade de Medicina, e R$ 100 mil quando se incluía o Financiamento Estudantil (Fies). A revelação foi feita por Juliana da Costa e Silva em delação da Operação Vagatomia. A Universidade Brasil entrou na mira da PF em setembro por venda de vagas no curso, irregularidades no exame de revalidação de diplomas e fraudes no Fies estimadas em até R$ 500 milhões. José Fernando Pinto da Costa, dono da universidade, e seu filho chegaram a ser presos na ocasião.
Juliana era responsável pelo projeto pedagógico dos cursos da área da Saúde e afirmou que os funcionários Adeli de Oliveira e Rosival Mateus Molina “encabeçavam” a captação de alunos que buscavam transferência de curso. A prática seria uma forma de potencializar os lucros da universidade, usando o aval do Ministério da Educação para um aumento na oferta de vagas. “O cara ia para o sétimo semestre, só que o Adeli e a equipe vendiam para ele que viria para o nono”, exemplifica a colaboradora. “Aí é onde começavam os atritos, porque o aluno chegava às reuniões (dizendo): ‘Eu paguei 80 mil (reais)’.” De acordo com Juliana, as ofertas de vagas no Fies ocorriam até no pátio da universidade. “Eles comentavam na fila da cantina”, afirmou.
Estadão Conteúdo
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