A vacinação contra o HPV está muito abaixo das metas das autoridades de saúde, principalmente por causa do preconceito.
Um intervalo na aula para cuidar da saúde. O laboratório de ciências virou um posto de vacinação contra o HPV. Os alunos levaram a autorização dos pais. Maria Clara, de 9 anos, sabe a importância da vacina.
“Para prevenir a doença, que dá câncer”.
A vacina contra o HPV previne contra vários tipos de câncer, inclusive o de colo de útero. O vírus transmitido, principalmente, por relação sexual, está tanto nos órgãos sexuais masculinos como nos femininos. A vacinação é importante para que meninos e meninas não se infectem e não se tornem transmissores do vírus. A vacina está disponível na rede pública.
Uma das preocupações do Ministério da Saúde com relação a essa vacina é que a imunização entre as meninas é muito maior do que entre os meninos. Uma das estratégias de um posto volante montado numa escola de Betim era justamente atrair os meninos de 11 a 14 anos. E eles foram.
A indicação para as meninas é de 9 a 14 anos. São necessárias duas doses.
De acordo com o Ministério da Saúde, só 22% dos meninos na faixa etária indicada tomaram a segunda dose. Entre as meninas, 51%.
A pediatra Lilian Martins, membro da Sociedade Mineira de Pediatria, diz que a falta de informação é o principal motivo da procura tão pequena pela vacina.
“Acho que existe uma resistência com relação à idade, talvez um preconceito. Por que vou vacinar meu filho de 11 anos, que é uma criança ainda, de uma doença sexualmente transmissível? Acho que há uma dificuldade de a gente enxergar para frente. E não veem a importância da vacinação nessa idade. Não significa que estamos querendo dizer que eles vão iniciar a atividade sexual com 11 ou 12 anos”, explicou.
Andressa tomou a vacina na escola, acompanhada da mãe, Lucivania Oliveira.
“Os pais têm que se informar. Se tiver dúvida, procurar o posto de saúde, procurar orientação, conversar com o técnico, buscar ajuda, encaminhar seus filhos. Prevenção sempre”.
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