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Tempo do ontem, tempo do hoje

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Damo-nos conta do quanto andamos impacientes? Damo-nos conta de desejarmos que tudo aconteça de forma rápida?

Ficamos quase estressados porque, ao tentar abrir um arquivo no notebook, ele demora alguns segundos.

Suficientes para nos aborrecermos.

O comércio nos oferece, de forma constante, formas mais rápidas de acessarmos a internet, a fim de que os conteúdos que desejamos nos sejam disponibilizados quase instantaneamente.

Que tempo estamos vivendo, afinal? Por que agimos parecendo querer estar sempre um passo à frente do que ainda não aconteceu?

Não será esse o motivo por que nos sentimos excessivamente cansados, estressados?  Não serão atitudes dessa natureza que alimentam a nossa ansiedade?

Olhamos para os nossos avós e observamos como o tempo deles era e continua diferente.

Eles nos falam de um tempo em que linha telefônica era um bem, algo semelhante a se ter uma propriedade, um carro.

Excessivamente caro. E, para certas ligações era necessária a intervenção de uma telefonista.

Ligações internacionais demoravam horas para serem realizadas.

Tão diferente dos nossos celulares, individuais, com ligações rapidíssimas.

Nossas avós nos contam do tempo em que lavar roupa significava muito esforço. À beira dos rios ou em tanques, nas residências. Era preciso esfregar, colocar ao sol, investir horas para que a roupa ficasse realmente limpa.

Sabão – fazia-se em casa. Nada de sabão em pó, produtos especiais para remover essa ou aquela mancha incômoda.

Muito menos apenas apertar um botão para a lavagem ideal, a centrifugação e secagem. Tudo automático.

E cozinhar, então? Quantas horas dedicadas ao redor do fogão? Isso quando o prato, um pouco mais elaborado, não exigia preparo inicial no dia anterior. Nada de micro-ondas, nada de congelados, pratos pré-prontos.

Pão feito em casa, sovado com as mãos, até atingir a textura ideal. Descansar para levedar a massa.

Preparar o forno de tijolos na temperatura ideal para assar com precisão.

Hoje, é comprar a massa pré-cozida. O forno é elétrico ou a gás. Ou basta comprá-lo pronto, em várias formas, tamanhos e sabores.

Tudo rápido. Tudo sem nos exigir grandes investimentos de tempo.

*   *  *

Tempo do ontem, tempo do hoje.

Tempo do ontem onde se escrevia à mão, e era preciso caprichar para que todos pudessem decifrar nossa escrita.

Tempo da máquina de datilografia, cujo produto deixava marcas nas páginas corrigidas.

Tempo do ontem. De dedicação, empenho.

Importante que pensemos a respeito. Do quanto a tecnologia colabora com nossas vidas, diminuindo-nos as horas em certas tarefas. Que nos oferece ferramentas apropriadas para digitação rápida, envio para todas as bandas, comunicações em todas as dimensões.

Não seria oportuno que andássemos menos ansiosos, que nos servíssemos das máquinas e usássemos o tempo para nossa própria felicidade?

Tempo para ficarmos mais próximos de quem amamos. Tempo para abraçar, acarinhar. Tempo para andar de mãos dadas na tarde que morre, abraçando o sol no poente.

Tempo. Tempo nosso de cada dia. Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 13.12.2019.

09:30:02
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