Desde que a sondas Pionner 10 e 11 visitaram os gigantes gasosos na década de 1970, a maior lua de Saturno, Titã, é um dos lugares mais estudados do Sistema Solar. Isso porque, nas imagens das duas sondas, nenhum detalhe de sua superfície pode ser visto. Tudo bem que as câmeras eram meio tosquinhas até em comparação com outras de sua época, mas outras luas revelaram características de suas superfícies. Em vez de crateras e penhascos, Titã exibia uma pálida coloração amarela-alaranjada.
A conclusão, depois confirmada pelas sondas Voyagers, era que Titã é coberta por uma espessa atmosfera. A única lua do Sistema Solar a ter uma atmosfera densa. Foi por esse motivo que a sonda Voyager 1 foi planejada para fazer um sobrevoo exclusivo em Titã, abrindo mão de todo o resto do Sistema Solar exterior. Essa tarefa acabou ficando para sua irmã gêmea, a Voyager 2.
Quando a Nasa decidiu por uma missão a orbitar Saturno, uma das missões principais da sonda Cassini foi estudar Titã fazendo diversos sobrevoos. Nessas rasantes, a sonda utilizou seu radar para penetrar na atmosfera e mapear o solo do satélite. Além disso, seus instrumentos no infravermelho também ajudaram a entender o que havia por baixo das nuvens.
A atmosfera de Titã é composta basicamente por metano e nitrogênio e sua pressão chega a ser 45% maior do que a pressão atmosférica. Sendo densa assim, seria possível manter algumas substâncias em estado líquido. Não há água, já que a temperatura por lá é de -180 graus Celsius! Mas com metano na atmosfera, as chances de haver metano líquido não são pequenas, já que a essa temperatura ele pode se condensar.
Quando a Cassini começou suas observações com seu radar, encontrou de fato metano líquido, talvez até etano, mas mais do que isso, encontrou lagos e até mares dessa substância! Com o passar dos anos – a missão Cassini durou 13 anos – a superfície de Titã foi sendo mapeada aos poucos, combinando-se as informações de radar e de infravermelho.
G1
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