Se olhar o quadro de medalhas de baixo para cima vai ser mais fácil encontrá-los. Burundi, Butão, Guiné, Georgia, Lesoto, Malavi estão todo lá, em ordem alfabética, zerados. São países para os quais só o fato de disputar o Mundial de Atletismo Paralímpico de Dubai foi uma tremenda vitória. Um triunfo conquistado com a colaboração de uma parceria entre o Comitê Paralímpico Internacional e Toyota.
Nos Emirados Árabes Unidos, estiveram presentes atletas de 14 países que participam do Programa de Desenvolvimento dos Comitês Paralímpicos Nacionais. Nenhum deles conseguiu subir no pódio, mas voltam para casa com a experiência de competir ao lado de recordistas mundiais. O aprendizado vai de um nível bem básico, como o caso de uma competidora de Burundi que disputaria os 100m, 200m e 400m. Ela estava menstruada e não se sentia bem. Então, simplesmente não compareceu na prova. Seu técnico não informou a organização da desistência e por isso ela foi desclassificada das outras disputas.
O atleta do Malavi chegou atrasado nas eliminatórias dos 200m, depois do tempo permitido para receber as instruções finais e foi desclassificado. Houve contestação do país, indignação, mas não havia o que fazer. Fica o aprendizado para a próxima. Também há exemplos de superação, de resultados significativos.
A atleta Korotoumou Coulibaly, de 36 anos, de Mali, quebrou em Dubai o recorde africano do lançamento do disco da classe F-55. “Quero ser útil para minha comunidade. Foi a primeira vez que uma atleta de Mali conseguiu um recorde, então vou fazer de tudo para mantê-lo e se possível melhorá-lo”. Coulibaly compete como cadeirante por causa de um problema congênito nas pernas e é fã de Ronaldinho Gaúcho. “Na história do futebol acho que ele é o atleta mais técnico do mundo, por isso sou fã”, comentou.
Terra
09:45:02