A Petrobras vai chegar ao megaleilão no dia 6 de novembro com R$ 34,6 bilhões na carteira para fazer ofertas agressivas pelas áreas de pré-sal. A avaliação da diretoria é que a estatal é a “dona natural” dos campos, porque conhece muito bem os reservatórios que vão ser leiloados. Também domina a tecnologia para ultrapassar o desafio de produzir em águas tão profundas.
Para sair na frente das maiores multinacionais da indústria petroleira – como ExxonMobil, Shell e Chevron -, também inscritas na licitação, a Petrobras está disposta a gastar todo dinheiro que vai receber do Tesouro por ter pago mais do que deveria por 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe, incluindo petróleo e gás) cedidos pela União em 2010. Passados nove anos, as duas partes – Petrobras e governo federal – revisaram as contas e concluíram que a estatal tem R$ 34,6 bilhões a receber.
Na prática, esse dinheiro não vai circular. A Petrobras vai comprar as áreas no megaleilão. No dia de concretizar o negócio, com a assinatura do contrato, prevista para acontecer no fim do ano, a empresa vai apresentar como pagamento o crédito que possui com o governo e a conta vai ser finalmente zerada. Nenhum centavo desse dinheiro vai ser usado para reduzir o endividamento da companhia, de US$ 90 bilhões, que vai ser abatido com a venda de ativos e o que possui em caixa.
Estadão Conteúdo
10:24:02