Quando se fala em bruxismo, logo vem à cabeça o hábito de “bater” os dentes enquanto dorme. Mas esse nome também é usado quando a pessoa range, raspa ou aperta os dentes e/ou contrai os músculos da face quando está acordada, ou seja, em vigília.
É um costume que pode ser comparado a outros que chamamos de parafuncionais, como roer unhas, morder os lábios ou a bochecha. Atitudes muitas vezes inconscientes que o indivíduo só se dá conta quando já está fazendo há algum tempo e pode trazer complicações.
O que gera o problema?
O bruxismo de vigília está associado ao estresse, ansiedade e momentos que exigem concentração. A condição pode ocorrer em qualquer idade, mas tende a atingir principalmente mulheres entre 20 e 55 anos, fase em que elas são mais produtivas.
“Enquanto o bruxismo do sono acontece em 5% da população, em média, estima-se que o bruxismo na vigília afete cerca de 30% das pessoas”, conta Juliana tuginski Barbosa, cirurgiã dentista, pesquisadora do Bauru Orofacial Pain Group, da USP (Universidade de São Paulo) e membro da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.
Apesar de a pessoa muitas vezes não se dar conta no momento que está apertando os dentes, depois é difícil ignorar os seus resultados. O problema causa, principalmente, dores na face, nas laterais da cabeça, zumbido no ouvido, dores e dificuldade para abrir e fechar a boca, tontura, desgaste e sensibilidade dos dentes e, em casos mais graves, fraturas na arcada dentária. “Muitas vezes, esses incômodos são mal diagnosticados e levam ao uso desnecessário de medicamentos controlados que podem provocar efeitos colaterais”, alerta Vinícius Pedrazzi, professor da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP.
UOL
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