Por alguns anos até 2013, editores do mundo todo chegavam um dia mais cedo na Feira do Livro Frankfurt para tentar entender, na conferência TOC (Tools of Change), como seria o mercado dali para a frente. O futuro, era certo, seria digital – só era preciso aprender como chegar lá.
O tempo foi passando e o e-book virou uma realidade, com mais ou menos sucesso, em países leitores e não leitores, respectivamente, e o livro físico não morreu, como muito se discutiu. Estava tudo caminhando; portanto, não havia mais necessidade de continuar com a conferência. De 2014 até 2017, nenhuma grande novidade tecnológica ou indício de uma nova ‘revolução’ pelos corredores da maior feira de livros do mundo. E, então, os audiobooks ressurgiram das cinzas, e com força.
Ainda na feira, em 2017, eles começaram a ser mencionados em apresentações de empresas de tecnologia e institutos de pesquisa, e começaram a chamar a atenção de editoras, que ainda guardavam a lembrança de outras tentativas de fazer vingar o formato, com discos, fitas e depois CDs, e algum ceticismo. Ou seja, um novo futuro do livro estava começando a ser desenhado, discretamente, por empresas de tecnologia, e os resultados começam a aparecer.
Aqui, desde 2014, a Ubook e a Tocalivros investem na formação de catálogo e na criação de um mercado, que vai se tornando mais real com a entrada de players internacionais – que, aliás, contaram com a ajuda dessas empresas para começar a operar no Brasil. O Google Play Livros chegou em julho do ano passado, depois de uma parceria de conteúdo com a Ubook. A primeira vende à la carte e a segunda aposta no modelo de assinatura. O mesmo aconteceu com a canadense Kobo que, desde julho, vende audiolivro com o apoio da Tocalivros, que segue alugando seu conteúdo e da distribuidora Bookwire.
IstoÉ
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