Pesquisadores analisaram o “perfume da eternidade” das múmias egípcias, um aroma doce, amadeirado e de especiarias que encantou arqueólogos por séculos. Esse cheiro resulta da combinação de óleos, ceras e resinas usadas no embalsamamento, além de mofos e bactérias. Um estudo internacional, envolvendo universidades de Ljubljana, Londres e Cracóvia, utilizou técnicas químicas e sensoriais para analisar o odor.
Emma Paolin, doutoranda da Universidade de Ljubljana, explicou que a análise do aroma ajuda a entender melhor a cultura egípcia, pois os egípcios prestavam atenção ao cheiro do corpo no processo de mumificação. O estudo, realizado no Museu Egípcio do Cairo, envolveu nove múmias de diferentes períodos, e os resultados mostraram que os odores estão principalmente ligados ao processo de embalsamamento.
O projeto Odotheka, liderado pelas universidades de Ljubljana e Londres, busca preservar esses aromas para as gerações futuras e criar arquivos olfativos de bens culturais, como livros e pinturas. No futuro, a equipe tentará reproduzir o cheiro das múmias para criar percursos olfativos em museus.