O ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, asilado na embaixada da Nicarágua, e outras vinte pessoas serão julgadas a partir desta segunda-feira (20) no Panamá por suposta lavagem de dinheiro procedente dos subornos da construtora brasileira Odebrecht.
O julgamento será realizado em um tribunal na Cidade do Panamá a partir das 14h00 GMT (11h00 no horário de Brasília), de acordo com o Órgão Judiciário. Vinte e seis acusados serão levados ao banco dos réus por suposta lavagem de dinheiro, cuja pena máxima no país é de 12 anos de prisão.
Esse grupo inclui Martinelli, que se refugiou na embaixada da Nicarágua em fevereiro de 2024, antes de uma ordem de prisão ser emitida para que cumprisse uma pena de quase onze anos por outro caso de lavagem de dinheiro.
O ex-presidente Juan Carlos Varela e dois filhos de Martinelli também são acusados no escândalo, mas serão julgados pela Suprema Corte de Justiça, em data ainda a ser definida, porque têm imunidade como deputados do Parlamento Centro-Americano e da Assembleia Nacional do Panamá.
Em 2022, um tribunal panamenho ordenou o julgamento de Martinelli, de 72 anos, e Varela, de 61, mas o processo foi atrasado por brechas legais e foi adiado em pelo menos três ocasiões.
“Há esperança de que um caso que se arrasta há muito tempo seja concluído de uma vez por todas”, disse à AFP Carlos Barsallo, membro da ONG Transparência Internacional.
“Ao mesmo tempo, há incerteza sobre os efeitos de certas evidências vindas do Brasil”, onde um ministro anulou algumas evidências e acordos que poderiam afetar o caso no Panamá, acrescentou Barsallo. AFP