A possível saída do ministro da Defesa, José Múcio, do governo tem movimentado o tabuleiro político no Palácio do Planalto, e já há comentários sobre os nomes cotados para assumir o posto. Um fato é que esse nome não deve ser militar.
Entre os principais cotados, de acordo com a apuração do site IstoÉ, estão o vice-presidente Geraldo Alckmin, um dos favoritos de Múcio, além de Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, que pode dar lugar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Mesmo com a possibilidade, Lula ainda trabalha para convencer o ministro da Defesa a continuar no cargo. As chances de mudança de ideia, segundo pessoas próximas a Múcio, são pequenas.
Não é de hoje que a troca na Defesa é discutida nos corredores do Planalto. Múcio chegou a ser criticado pela ala mais radical do PT, que não queria um militar no comando das Forças Armadas após os ataques de 8 de janeiro. Na avaliação dessa cúpula, o ministro teria sido conivente com a participação de militares nos atos antidemocráticos.
Com a situação estabilizada, José Múcio passou a se posicionar como um moderador entre as vontades do Exército, Marinha e Aeronáutica. Ele ganhou respaldo de Lula, que vê no ministro um articulador para voltar a ter aprovação dos militares.
Múcio também já sinalizou a vontade de deixar o governo ainda no primeiro trimestre deste ano. Ele conversou com Lula em São Paulo, no fim do último ano, durante o repouso do petista após passar por um procedimento cirúrgico na cabeça.
No encontro, o ministro disse que entregará uma lista tríplice com seus favoritos para assumir a pasta. A tendência é que Lula acate um dos nomes indicados pelo ministro, mas a troca deve ser feita apenas após a reforma ministerial, com Múcio saindo a pedido e não sendo demitido. JVR