A onda de apetite ao risco no exterior e a alta firme das ações da Petrobras, em meio ao avanço das cotações do petróleo e a aprovação da cessão onerosa, levaram o Ibovespa a se recompor das perdas de terça-feira e superar novamente o patamar dos 101 mil pontos. Com uma arrancada das ações da Vale na reta final do pregão, o principal índice da B3 encerrou a sessão aos 101.200,89 pontos, na máxima, com alta de 1,52%.
Segundo operadores, o principal condutor dos negócios na sessão foi o ambiente externo. Bolsas americanas e moedas emergentes ganharam terreno em meio a trinca formada por dados positivos da economia da China, aprovação de uma lei no parlamento britânico que impede um Brexit sem acordo e arrefecimento dos atritos entre Hong Kong e o governo chinês. Trata-se de um conjunto de notícias que reduz pontualmente os temores de uma desaceleração mais aguda da economia mundial, abalada pela perda de fôlego da atividade nos Estados Unidos.
Discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia deixaram a porta aberta para nova redução dos juros por lá, o que tende a aumentar a liquidez e ampliar o apetite por ativos de risco. Isso, ressalta-se, caso o afrouxamento monetário ocorra em um quadro de desaceleração moderada da economia americana. Uma contração severa da atividade americana ensejaria aversão ao risco e um movimento de correção nas bolsas em Nova York.
O gestor de renda variável Rafael Weber, da gestora de recursos gaúcha RJI, ressalta que os indicadores nos EUA não respaldam um cenário catastrófico de recessão aguda, a despeito da guerra comercial. “Temos um cenário-base de mais corte de juros nos Estados Unidos, apesar dos ruídos provocados pela comunicação de Powell (Jerome Powell, presidente do Fed)”, diz Weber, ressaltando que realizações de lucros pontuais nas bolsas americanas não podem ser descartadas. “Mas não vemos um cenário de queda mais forte que possa contaminar os mercados ao redor do mundo.”
IstoÉ
12:30:02