Uma chance para a vida marinha no cemitério de navios do Panamá

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Nas águas azul-turquesa das ilhas de areias brancas do arquipélago caribenho de Guna Yala, uma enorme balsa enferrujada, meio afundada, destaca-se do cemitério de navios que ameaçam a navegação e o meio ambiente na costa do Panamá.

No entanto, onde os especialistas em meio ambiente, os habitantes locais e até mesmo as autoridades veem poluição e perigo, o mergulhador Jean Carlos Blanco vê uma oportunidade: criar recifes artificiais e promover o turismo.

A bordo de um veleiro abandonado ao largo de Puerto Lindo, em Portobelo, também no Caribe, Blanco disse à AFP que barcos tão grandes quanto o Guna Yala ou pequenos podem ser tratados para servir de habitat para peixes, corais e outras espécies marinhas.

“Eles mergulham a uma profundidade dentro dos níveis de mergulho recreativo e nós transformamos um problema em uma solução (ambiental), uma atração e um gerador de renda para as comunidades locais”, diz o mergulhador de 40 anos.

Blanco, diretor das ONGs Ocean Soldier e Reef Restoration Panama, ressalta que os barcos de fibra de vidro precisam ser removidos, enquanto os “de metal, quando cobertos com carbonato de cálcio, geram um substrato” necessário “para o crescimento do novo coral”.

Veleiros, catamarãs e até navios de carga, alguns dos quais já afundaram, estão abandonados nas costas do Caribe e do Pacífico, inclusive perto da entrada do Canal do Panamá. Eles foram deixados assim após acidentes ou danos cujo reparo é muito caro. AFP

 

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