O mercado reagiu com ressalvas ao pacote fiscal de R$ 71,9 bilhões, com dúvidas de como as medidas serão concretizadas, como será o trâmite junto ao Congresso e se, de fato, a estratégia irá garantir o equilíbrio das contas do governo.
Segundo analistas e economistas ouvidos pelo site IstoÉ Dinheiro, o anúncio ficou aquém do esperado e, ao misturar medidas de cortes de gastos com uma reforma do Imposto de Renda, alimento ceticismo sobre o a capacidade e compromisso do governo de voltar a registrar superávit fiscal a partir de 2026.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, comenta que as medidas anunciadas são insuficientes para zerar o déficit em 2025, estimado em R$ 110 bilhões em 2025 ela casa – ou 0,9% do PIB. Ela cita um ‘impacto tímido’ pelas regras anunciadas.
“O corte estimado mostra a dificuldade política do governo em enfrentar a necessidade de revisão mais ampla dos gastos, incluindo programas sociais que tiveram crescimento acelerado e pro-cíclicos nos últimos dois anos”, comenta.
No lado positivo, a especialista aponta que algumas medidas vão na direção correta, mas que ainda são insuficientes, citando que a revisão do abono e a limitação do reajuste do salário mínimo vão na linha correta, assim como o uso de emendas para cumprir o piso de gastos da saúde, o que deve limitar o crescimento mais acelerado dessas despesas. R7