1,5ºC. Esse é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas. Ou seja, a temperatura média global não pode aumentar mais do que isso até o final do século para evitar os piores efeitos da crise do clima, causada pela ação humana e pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
Mas um estudo recente sugere que já estamos mais perto desse limite do que imaginávamos. Publicado na revista “Nature Geoscience” nesta segunda-feira (11), a pesquisa indica que o aquecimento global provocado pelo homem pode ter alcançado 1,5°C até o final de 2023. O dado leva em consideração a temperatura média do planeta antes de 1.700.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores usaram dados dos núcleos de gelo da Antártida (amostras de camadas de gelo retiradas do interior das geleiras), cobrindo os últimos dois mil anos, o que ajudou a entender melhor a relação entre o aumento de CO2 na atmosfera e o aumento da temperatura global.
Isso só é algo possível de ser feito porque esses núcleos contêm bolhas de ar que ficaram aprisionadas nessas camadas de gelo ao longo dos últimos milhares de anos, antes até mesmo da última era glacial, preservando uma espécie de “fotografia” da atmosfera de épocas passadas.
Assim, ao analisar os gases dessas bolhas, é possível ver, por exemplo, como o CO2 na atmosfera aumentou ao longo dos milênios. G1