O pessimismo reina nas ruas de Kiev. A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas nesta quarta-feira (6) ameaça reduzir a ajuda à Ucrânia, cujo Exército já está recuando diariamente frente aos russos.
Nos últimos meses, Trump tem insistido que poderia impor a paz na Ucrânia em “24 horas”, sem explicar como, enquanto questiona a magnitude da ajuda dada a Kiev.
Natalia Pichakchi, deslocada de Mariupol, uma cidade ocupada pelos russos desde a primavera boreal em 2022, expressa sua preocupação.
“Estou ansiosa. Não sei o que esperar. Algo mudará, não haverá mais apoio” americano, diz ela, em referência aos bilhões de dólares em ajuda militar e financeira recebidos de Washington e dos membros da Otan desde o início da guerra em 2022.
Os ucranianos temem que o novo presidente dos Estados Unidos imponha um plano de paz largamente favorável à Rússia. De acordo com a imprensa ocidental, Trump buscaria desmilitarizar e deixar sob controle russo a área atualmente ocupada por Moscou, ou seja, 20% do território ucraniano.
Também seria favorável que Kiev renunciasse à adesão à Otan, como exige o Kremlin.
Isto vai contra o “plano de vitória” promovido pelo presidente ucraniano Volodimir Zelensky, cujos pontos mais importantes são um convite oficial para integrar a Otan, bem como o reforço da assistência militar para proteger o território ucraniano dos bombardeios de Moscou e dos ataques em profundidade em solo russo. AFP