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Globo troca afiliada em SP após dono usar emissora para se promover como político

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Rede Globo envia à TV Fronteira placa em homenagem aos 30 anos da afiliada no Oeste Paulista | Modelo
Paulo Lima e placa de comemoração dos 30 anos de emissora. Imagem: Modelo

TV Fronteira, de Presidente Prudente, deixará de ser parceira da maior rede do Brasil após 30 anos


A Globo comunicou na última sexta (25) para a TV Fronteira, sua afiliada em Presidente Prudente (SP), que não renovará o contrato de parceria e retransmissão de sinal, em vigor desde 1994. O canal local cobre 55 municípios da região.

Em seu lugar, entrará a TV Tem, que já tem parceria com a TV da família Marinho em outras regiões do estado, como Bauru. A substituição acontecerá em janeiro de 2025.

“A Globo comunicou à TV Fronteira que o contrato de afiliação, que se encerra em de 31 de dezembro de 2024, não será renovado. A partir dessa data, a TV Tem vai ampliar a sua área de transmissão e retransmitir o sinal da TV Globo para Presidente Prudente e mais 54 cidades da região. A TV Tem já cobre a região de Bauru e arredores, com estrutura para atender com qualidade o público e o mercado de Presidente Prudente”, diz a nota da Globo.

Segundo apurou a coluna, a Globo já arquitetava a não renovação desde o primeiro semestre, devido ao comportamento de Paulo Oliveira Lima, presidente do Grupo Paulo Lima, dono da TV Fronteira.

Desde o ano passado, Lima tinha o desejo de se tornar prefeito de Presidente Prudente e a Globo considerou que ele usou o fato de ser dono da TV de maior audiência da região para promover sua imagem em telejornais locais.

Somente no primeiro semestre, Paulo apareceu em 25 reportagens de forma positiva no telejornal Fronteira Notícias, exibido diariamente na hora do almoço.

Paulo Oliveira Lima foi candidato nas eleições deste ano pelo PSB e obteve 37,28% dos votos. Perdeu a disputa para Milton Carlos, conhecido como Tupã, que venceu em primeiro turno com 52,81%.

Junte-se a isso, um vídeo que viralizou nas redes sociais antes da campanha eleitoral também incomodou a direção da Globo.

Em uma peça publicitária para uma fundação, Paulo Oliveira Lima afirmou que existe “mal estar na sociedade brasileira, provocado pela visibilidade das identidades de gênero”. A fala foi considerada preconceituosa contra a comunidade LGBTQIA+.

A Globo tem sido mais rígida com a escolha de suas parceiras regionais. Donos das empresas e executivos precisam cumprir um código de conduta e não podem usar o fato de serem parceiras da Globo para se promover politicamente.

Um exemplo disto é o caso da TV Gazeta, de Alagoas. Pertencente à Fernando Collor, a Globo não quis renovar o contrato de parceria válido por 45 anos pelo uso dela para recebimento de propina, em condenação feita pelo STF. A Gazeta só segue retransmitindo o sinal da Globo por meio de decisão judicial. GABRIEL VAQUER/Aracaju

 

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