Especialistas em segurança digital vão entregar nesta quarta-feira (22), ao Ministério Público Federal, um relatório sobre crimes sexuais contra crianças na internet.
Um relatório da SaferNet, que é uma ONG especializada em segurança digital, revela a facilidade com que a pornografia infantil é comprada e vendida em grupos de bate-papo e canais da plataforma Telegram.
Durante três meses, de julho a setembro, a pesquisa encontrou 41 comunidades com diálogos ou trocas de conteúdo explícito.
“Uma simples foto de uma criança em uma rede social, ela pode… Nada impede que ela não possa ser retirada daquele contexto e usada, inclusive com o uso de inteligência artificial, para criar imagens sintéticas, imagens manipuladas, representando aquela criança em uma cena de nudez ou mesmo cena pornográfica”, afirma Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil.
Somente em uma das comunidades, a pesquisa contou 200 mil usuários. Somados, os participantes dos grupos chegam a 1,25 milhão. Mesmo descontando a presença de robôs e participantes repetidos, é um número expressivo.
Médicos e educadores apontam os caminhos que as famílias devem seguir diante de tantos riscos.
“Conversar bastante, orientar e nunca interagir com estranhos, jamais interagir com estranhos. Tem que tomar muito cuidado também com as fotografias que ele posta, de preferência em grupos, de preferência acompanhando os pais, de preferência não de frente. A vida online tem que ser restrita e supervisionada”, afirma o pediatra e sanitarista Daniel Becker. JN