O príncipe herdeiro e líder de fato da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, descartou, nesta quarta-feira (18), a normalização das relações com Israel sem a criação prévia de um Estado palestino.
“O reino não cessará os seus esforços incansáveis para estabelecer um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital (…), sem o qual não estabelecerá relações diplomáticas com Israel”.
Bin Salman também condenou “os crimes da autoridade de ocupação israelense contra o povo palestino”.
A Arábia Saudita, que abriga dois dos lugares mais sagrados do islã, nunca reconheceu Israel e não se somou aos Acordos de Abraão, negociados pelos Estados Unidos em 2020, segundo os quais seus vizinhos Bahrein e Emirados Árabes Unidos estabeleceram laços formais com o Estado israelense.
A administração americana expressou em repetidas ocasiões a esperança de alcançar um acordo de normalização com a Arábia Saudita, o que poderia mudar a situação na região.
Em setembro do ano passado, um mês antes do ataque do Hamas ao sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza, o príncipe herdeiro saudita indicou que estava “cada dia mais perto” de um acordo que também deveria reforçar a colaboração em matéria de segurança entre Washington e Riade.
Mas Bin Salman, de 39 anos, também destacou a importância da questão palestina. “Devemos facilitar a vida dos palestinos”.
Em Gaza, os combates continuam desde o início da guerra, em 7 de outubro, e os mediadores – Estados Unidos, Catar e Egito – lutam para conseguir uma trégua. Por isso, os funcionários sauditas insistem mais do que nunca na necessidade da criação de um Estado palestino. AFP