Pavel Durov, presidente-executivo do Telegam, foi detido na França por não ajudar em investigações de crimes on-lines e financeiros que ocorrem no app de mensagens, disse um representante da polícia ouvido pela agência Reuters.
Durov, que tem 39 anos, foi preso no sábado (24). Ele havia acabado de chegar do Azerbaijão e foi detido quando descia de seu jato particular na pista do aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris.
Ainda ontem (25), uma pessoa próxima ao caso afirmou em condição de anonimato à emissora francesa TF1/LCI que Durov “permitiu que inúmeros crimes e delitos fossem cometidos em sua plataforma, sem que tenha feito nada para moderar ou cooperar”.
Pesa contra ele alegações como a falta de moderação no app, que contribui para a prática de crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e compartilhamento de imagens de exploração sexual de crianças, segundo a imprensa francesa.
De acordo com jornais franceses, havia um mandado de busca contra Durov, emitido com base em uma investigação preliminar. Em nota, o Telegram afirma que “cumpre as leis da União Europeia”.
Nesta segunda (26), o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a prisão faz parte de um inquérito judicial sem motivação política.
“Nas redes sociais, como na vida real, as liberdades são exercidas dentro da lei para proteger os cidadãos e respeitar seus direitos fundamentais”, escreveu Macron no X, denunciando informações falsas espalhadas sobre a prisão de Durov.
O fundador é suspeito de não tomar medidas para impedir o uso do Telegram para fins criminosos. A Justiça considera que a ausência de moderação e cooperação com as autoridades, em relação às ferramentas oferecidas pelo Telegram, torna Durov cúmplice de tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes, dizem as notícias.
Em comunicado, o Telegram disse que “cumpre as leis da União Europeia, incluindo o Ato de Serviços Digitais, e que sua moderação está dentro dos padrões da indústria e está constantemente melhorando”.
“O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa”, afirma o comunicado. “É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma. Estamos aguardando uma resolução rápida desta situação.” G1