Artigo de Guilherme Piai, Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
O agronegócio tem papel fundamental na Balança Comercial brasileira, já que representa quase metade das exportações totais no país. O Estado de São Paulo, que é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do país, responde por 17% das vendas do setor ao exterior. Esse cenário tem sido impulsionado por investimentos como o aporte de R$ 1,4 bilhão anunciado em abril deste ano pelo governador Tarcísio de Freitas durante a Agrishow, feira internacional de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto.
O pacote busca mitigar os principais problemas do setor, destinando recursos para seguro rural (R$ 100 milhões), irrigação e armazenamento (R$ 500 milhões) e crédito a pequenos e médios produtores paulistas (R$ 200 milhões), por exemplo.
A tecnologia aliada a boas práticas agrícolas refletem em embarques mensais de volumes expressivos de açúcar e etanol, além de carnes, soja, suco de laranja e produtos florestais. Mas o agro não se resume aos excelentes resultados no mercado financeiro. Nossa expertise e investimentos aumentam a produtividade e elevam a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores dentro e fora de São Paulo.
São alimentos produzidos por pequenos, médios e grandes produtores rurais, que passam a ter acesso a variedades e técnicas que refletem os investimentos em nossos institutos estaduais de pesquisa.
Portanto, a ideia de que reduzimos a produção de alimentos básicos para privilegiar o mercado internacional é falsa. Segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) a produção de feijão cresceu 19,6% entre 2021 e 2023, assim como a área plantada (que teve elevação de 12,7%), registrando um aumento de 6,2% na produtividade no período.
Os números se devem a iniciativas como as 58 novas variedades de feijão desenvolvidas nas últimas décadas pelo Instituto Agronômico (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O arroz paulista teve ainda mais sucesso com os investimentos no campo: a produtividade da rizicultura subiu mais de 34% em 2023, quando comparado com a safra de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro alimento básico no País com alta neste mesmo período foi a mandioca. O volume da raiz produzida no Estado de São Paulo cresceu 6,9% e ganhou 10% em área, segundo o IEA.
Alguns desses dados, isolados e observados em uma análise precipitada, indicam uma suposta subvalorização das culturas alimentares no território brasileiro e paulista. A área cultivada de feijão no território nacional, por exemplo, registrou queda de 10% nos últimos dois anos no Brasil. Entretanto, estudo do IBGE revela também um aumento da produtividade em aproximadamente 13%, o que segurou a produção e manteve o abastecimento interno do grão.
As novas tecnologias nas lavouras são focadas no aumento da produção agrícola de forma vertical, ou seja, é possível produzir mais, mesmo em áreas menores, a um custo reduzido. Esse desenvolvimento agrícola afeta positivamente toda a cadeia do agronegócio, englobando culturas alimentares e commodities.
Vale lembrar que a maior parte dos produtores rurais paulistas são pequenos e médios, que investem mais do que dinheiro, investem suas vidas para produzir alimentos de qualidade e que sejam acessíveis a todos. E, no Governo de São Paulo, trabalhamos para sermos facilitadores desse árduo trabalho dos homens e mulheres do campo, por meio de linhas de crédito com baixas taxas de juros, seguro rural, programas de incentivo e pesquisas em prol do desenvolvimento do agro paulista.
Todos os recursos anunciados recentemente pelo Governo de São Paulo têm como foco justamente esses pequenos e médios agricultores. A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, braço de extensão rural de SP, acompanha o agricultor desde o momento da procura do crédito até a elaboração de projetos agropecuários. Guilherme Piai