A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina,
renunciou nesta segunda-feira (05/08), em meio a uma violenta onda de protestos que já provocou centenas de mortes e que culminou numa invasão da residência oficial da chefe de governo.
Após renunciar, Hasina, que comandava o país havia 15 anos, fugiu do país, segundo o Comando das Forças Armadas. Os militares anunciaram ainda a formação de um governo interino. O paradeiro da agora ex-premiê é desconhecido, mas, segundo a imprensa local, Hasina deve buscar refúgio na vizinha Índia.
Um dos países mais populosos do mundo, Bangladesh, no sudeste asiático, vem sendo palco de protestos estudantis nas últimas semanas que já deixaram 300 mortos. Só no último domingo, 90 pessoas morreram após confrontos entre manifestantes, forças policiais e apoiadores da Hasina.
Após os confrontos de domingo, o Ministério do Interior decretou um toque de recolher obrigatório por tempo indeterminado, em todo o país, a partir das 18 horas locais.
Lideradas por estudantes, as manifestações começaram em junho após a Suprema Corte do país reinstituir um controverso sistema de cotas para contratação no setor público que havia sido extinto em 2018, e que previa reservar 30% das vagas a descendentes de veteranos da guerra da independência do país contra o Paquistão, em 1971. Em julho, o Supremo chegou a reduzir a cota para 5%, mas, os protestos continuaram e se transformaram num movimento mais amplo contrário ao governo de Hasina.
Na semana passada, os manifestantes voltaram às ruas em grande número, no que foi caracterizado como um movimento de “não-cooperação” com o objetivo de paralisar o governo e exigir a renúncia da primeira-ministra. DW