A inteligência artificial da Meta acaba de ficar disponível em mais sete idiomas e em outros países pelo mundo, inclusive nações da América Latina pela primeira vez. No entanto, a IA da empresa dona do Instagram, WhatsApp e Facebook, não foi lançada no Brasil após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir a companhia de coletar dados de cidadãos do País por considerar que a prática viola a privacidade das pessoas.
De acordo com a Meta, a ausência da inteligência artificial no País se deve a “incertezas regulatórias”, e a companhia continuará “trabalhando em colaboração com as autoridades locais competentes para que o Brasil tenha acesso – e seja devidamente atendido – pelo mesmo nível de inovação em IA que estamos levando a outros países”. As ferramentas foram disponibilizadas em outros países da América Latina, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru.
No começo de julho, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) notificou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em relação à forma como a Meta estava usando informações de donos de contas em redes sociais da companhia no Brasil para treinar a sua inteligência artificial. Como resultado, a ANPD determinou que a Meta suspendesse a coleta dessas informações para treinar seus sistemas de IA, alegando indícios de violação à Lei Geral de Proteção de Dados. A multa diária em caso de descumprimento seria de R$ 50 mil.
O resultado final do embate, ao menos por ora, se deu na semana passada, quando a empresa afirmou ter suspendido os recursos de inteligência artificial generativa usados em suas redes sociais no Brasil.
“Decidimos suspender ferramentas de genAI que estavam ativas no Brasil enquanto engajamos com a ANPD para endereçar suas perguntas sobre IA generativa”, afirmou um porta-voz da companhia. Como consequência do imbróglio, a inteligência artificial da Meta ainda não pode ser aplicada em território brasileiro.
A suspensão também repete a ação da União Europeia, que proibiu a Meta de coletar dados para o treinamento de IAs. Assim, a Meta também desistiu de lançar suas ferramentas de IA por lá. EC