Cientistas anunciaram nesta semana a descoberta de um exoplaneta raro que desafia as expectativas de astrônomos, uma descoberta que pode ter implicações para o estudo do futuro do nosso próprio Sistema Solar.
Parecido com Netuno e seis vezes maior que a Terra, o “Planeta Fênix“, como foi apelidado, deveria ter sido reduzido a apenas uma rocha sem atmosfera por causa da proximidade à sua estrela gigante vermelha, um astro no fim de sua vida.
Mas isso não aconteceu e o TIC365102760 b,como é tecnicamente chamado, manteve a sua atmosfera inflada de gases e outros materiais mais leves.
“Este planeta não está evoluindo como pensávamos que seria. Ele parece ter uma atmosfera muito maior e menos densa do que esperávamos para esses sistemas,” disse em um comunicado Sam Grunblatt, um astrofísico da Universidade Johns Hopkins que liderou o estudo sobre a descoberta, publicado na revista “The Astronomical Journal”.
“Como ele manteve essa atmosfera apesar de estar tão perto de uma estrela hospedeira tão grande é o nosso grande enigma”, acrescentou o pesquisador.
Para descobrir esse exoplaneta, os pesquisadores responsáveis pelo estudo usaram um novo método de ajuste de dados do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS, na sigla em inglês) da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Lançado em 2018, esse telescópio espacial identifica planetas de baixa densidade como o Fênix quando eles reduzem o brilho de suas estrelas hospedeiras ao passarem na frente delas.
No estudo, os cientistas combinaram também dados desse satélite com medições do Observatório W.M. Keck, no Havaí, que acompanha sinais emitidos por estrelas causados por seus planetas orbitantes.
Com isso, descobriram que o “Planeta Fênix” é menor, mais antigo e mais quente do que previsto. Além disso, ele orbita sua estrela a cada 4,2 dias, e fica seis vezes mais próximo dela do que Mercúrio do Sol.
“Esse é o menor planeta já encontrado orbitando uma estrela gigante vermelha e provavelmente o de menor massa também”, afirmou Grunblatt.