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Vitória dupla: ouro nos 100 m livre, Phelipe Rodrigues se garantiu como atleta paralímpico

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A alegria e o alívio de Phelipe Rodrigues durante este último domingo (25/8) não foram causados apenas pela sensacional conquista da medalha de ouro nos 100 m livre, classe S10, nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019. O nadador vivia momentos de tensão há meses, desde que passou por uma reavaliação funcional que tornou nadadores como André Brasil inelegíveis para o esporte paralímpico. Também considerado inelegível em princípio, Phelipe teve seu recurso aceito e estava em reavaliação. Pela manhã, após entrar pela primeira vez na água para as baterias classificatórias da prova dos 100 m livre, ele finalmente recebeu a confirmação de que estava elegível de novo, pelo menos até os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020.

– Foram meses difíceis. Até psicologicamente, para me manter treinando. Mas no final deu tudo certo – disse o nadador, que ainda estava em observação quando se classificou para a final da prova.

Agora mais tranquilo, Phelipe vai buscar outras sete medalhas. Nesta segunda, ele já volta à piscina para disputar os 200 m medley SM10. Nos próximos dias, ainda vai nadar as provas de 100 m costas, 50 m livre, revezamento 4 x 100 m medley, 100 m borboleta, 400 m livre e o revezamento 4 x 100 m livre.

– Foi bem complicado me manter motivado durante os treinos enquanto estava nessa incerteza. Mas minha equipe manteve uma vibe bem legal, o pessoal estava sempre me dando força para treinar. Isso me deu aquela confiança, pela certeza de que eles e o Comitê Paralímpico Brasileiro iam fazer de tudo para me deixar dentro. E foi o que fizeram – comemorou.

O drama vivido por Phelipe foi consequência de um novo regulamento que entrou em vigor em 2018, com novos critérios de avaliação e classificação dos atletas. Na natação, quem tem limitações físico-motoras é alocado em classes que vão da S1 a S10, sendo que quanto mais baixa a categoria, maiores são as limitações. Há ainda as classes de SB1 a SB9, de nado peito, e de SM1 a SM10, de medley. Quem tem deficiência visual, vai da S11 à S13. No caso de deficiência mental, há a categoria S14. Os atletas precisam ser observados para que se defina a que categoria pertencem. Phelipe, que tem o pé direito bem menor do que o esquerdo e a panturrilha mais fina e mais fraca em virtude de um problema congênito, correu o risco de se tornar inelegível para a S10, última classe. Caso isso acontecesse, se tornaria, como André, um atleta sem espaço na natação paralímpica e sem condições físicas, devido às suas limitações, de concorrer de igual para igual com os da natação convencional.

– Infelizmente, o André ficou fora, mas ele ainda está na briga para voltar. Eu desejo muito que ele volte. Não só pela pessoa que ele é, mas pelo Brasil todo, porque ele garante mais medalhas para o país – torce o nadador.

Antes mesmo dos Jogos de Lima começarem, Phelipe já era dono de cinco ouros e quatro pratas em Parapans, além de sete medalhas em Paralimpíadas (cinco pratas e dois bronzes) e 14 em mundiais (três ouros, sete pratas e quatro bronzes). A coleção promete aumentar bastante até o fim do Parapan.

Globo Esporte
10:55:03

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