Terremotos, tsunamis, megaincêndios: o Chile é propenso a desastres naturais, mas paradoxalmente não possui um Corpo de Bombeiros oficial e conta apenas com voluntários, como o arquiteto Jorge Peña e o vendedor de seguros Cristian Lobos, para enfrentar o incêndio mais mortal de sua história recente.
Os dois vestem trajes de bombeiro. “Aqui você continua até morrer”, diz Lobos, que deixou seu escritório na sexta-feira para combater as chamas em Viña del Mar.
O Estado chileno não possui seu próprio Corpo de Bombeiros. Desde 1970, este trabalho é realizado por voluntários a nível nacional, constituídos por mais de 50.000 homens e mulheres, que são financiados por doações internacionais, contribuições privadas e estatais.
Em uma organização de estilo militar, que possui uma academia de formação própria, nenhum dos membros – muitos deles profissionais de outros setores – recebe remuneração.
Os bombeiros do Chile são uma espécie de ONG, a mais conceituada do país com quase 100% de aprovação, ainda mais popular do que qualquer instituição pública, segundo pesquisas.
A crise dos incêndios – que deixa 123 mortos, mais de 100 desaparecidos e um enorme rastro de destruição – põe à prova a vocação dos voluntários para o serviço. AFP