Estou ouvindo falar sobre a Casa de Passagem, a criação de uma praça em Presidente Venceslau e questões relacionadas ao assistencialismo. Na terça-feira, me deparei com um problema social na cidade. Um ciclista que estava viajando pelo mundo sofreu uma queda de bicicleta e feriu gravemente as costelas. Até um de seus cães, que ele carregava em sua bicicleta – um na frente e outro atrás -, estava mancando de uma das patas.
O nome dele é Rafael, cerca de 12 horas após o tombo, ele se encontrava deitado em um lençol desgastado que carregava em sua mochila, diretamente no chão da recepção de uma oficina em um posto da cidade. Ele gemia alto de dor sempre que se mexia. Percebendo o seu sofrimento e a gravidade de sua lesão, chamei os bombeiros, que rapidamente chegaram para prestar socorro e levá-lo para a Santa Casa. Não tenho mais informações sobre Rafael, mas fiquei pensando que se tivéssemos uma Casa de Passagem (como já tivemos), aquele homem teria um local adequado para descansar e se recuperar em nossa cidade. Essa situação me deixou refletindo.
No meio disso tudo, percebi que há pessoas que resolveram de uma hora para outra colocar as ruínas da Casa de Passagem na pauta e realizaram uma pesquisa a respeito. No entanto, moradores locais preferem uma praça no mesmo local. A questão é: como equilibrar a vontade da maioria com as necessidades dos assistidos que passam por aqui?
É estranho que, pelo menos até onde eu sei, não tenha sido realizada nenhuma pesquisa em relação à construção de casas populares na antiga Mariana, onde decidiram construir prédios de acordo com o projeto original. A moral da história é que, onde se pensava numa praça ou área verde, agora teremos uma edificação, e onde havia uma edificação, teremos uma praça. Coisa doida, não? TONINHO MORÉ