No interior da Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima, a dois dias de barco da cidade mais próxima, Juliana* diz estar com medo de seguir viagem. Ela pilota embarcações que transportam comida e pessoas para o garimpo e afirma que muitos querem sair dali.
O motivo é a operação em curso para a retirada de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais da TI, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública.
Sem prazo para acabar, a operação de combate à extração ilegal de ouro no território – o qual, segundo a Constituição, é de uso exclusivo dos indígenas – tem autorização para apreender e até destruir equipamentos usados na atividade, como máquinas, tratores, barcos e aviões.
“Os agentes do Ibama estão transitando no rio Uraricoera. Estamos com medo”, diz Juliana. Ela afirma que há uma semana está parada no mesmo lugar, com receio.
O governo federal estendeu até o dia 6 de maio o prazo para a saída voluntária dos garimpeiros da TI Yanomami. Está autorizada a circulação de aeronaves e barcos privados para esse fim, que podem transportar apenas as pessoas – e não as cargas.
DEUTSCHE WELLE
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