O local usado para o transbordo de mais de R$ 100 milhões em barras de ouro, roubadas na quinta-feira do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, foi definido pelo menos 48 horas antes do crime, segundo investigação da Polícia Civil. O terceiro preso por suspeita de participar do assalto é acusado de ter definido o local para intermediar a fuga: um estacionamento na Vila Siqueira, região do Jardim Pantanal, zona leste de São Paulo.
O pintor Célio Dias, de 45 anos, trabalha aos fins de semana no estacionamento, que atende clientes de um forró do bairro, ganhando R$ 100 por dia. Ele foi preso no domingo, dia 28. Um técnico de manutenção de 40 anos, chegou a ser detido com ele, mas foi liberado após depoimento.
As declarações passadas por essa testemunha é que sustentaram a acusação contra Dias. À polícia, a testemunha disse que, na terça-feira, dia 23, Dias pediu autorização para deixar o estacionamento para veículos “de alguns colegas dele”. No dia do crime, ele teria aberto os portões para três veículos. Para a polícia, Dias participou do planejamento do crime.
Após usar veículos que imitavam carros da Polícia Federal para entrar na área de embarque de cargas do aeroporto, a quadrilha dominou funcionários e, em dois minutos, saiu com a carga de ouro. Na fuga, os carros foram abandonados no Jardim Pantanal e trocados por caminhonetes. Essas caminhonetes, depois, foram achadas pela polícia no estacionamento.
Dias foi detido em flagrante por posse de munição de fuzil. Ao decretar a prisão preventiva, o juiz Fábio Pando de Matos destacou que foi achada “munição de poderosíssima arma de fogo, de grosso calibre, utilizada em guerras”. Segundo a sentença, a polícia relata que, após vistoria, encontrou debaixo de um ônibus no estacionamento um carregador de fuzil com 31 munições calibre 7,62 além de sacola com cinco luvas avulsas e dois gorros pretos.
Kaled Lakis, advogado de Dias, diz que ele é inocente. “A prisão só foi mantida pelo clamor popular.” Ele argumenta que os principais indícios contra o preso vêm do dono do estacionamento, que é quem teria mais condições de usar o local.
Outros detidos
O primeiro preso pela polícia é um funcionário da Infraero, Peterson Patrício, de 33 anos. Inicialmente, ele disse à polícia que sua família havia sido sequestrada pelos bandidos, que forçaram sua participação no crime, mas os policiais não acreditaram. O segundo preso é Peterson Brasil, que seria amigo de Patrício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.