
O uso de inteligência artificial na concessão de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) contribuiu para reduzir a fila de pedidos de aposentadoria, mas aumentou uma outra espera: a dos segurados que entram com recurso após terem a solicitação de benefício negada.
Segundo especialistas, a análise feita por robôs gerou uma quantidade significativa de indeferimentos desnecessários, o que fez surgir uma fila paralela de trabalhadores à espera de benefício.
A tecnologia foi implantada em maio deste ano, com o objetivo de agilizar e automatizar a análise dos processos iniciais no INSS. Procurado, o órgão disse que a concessão automática de benefícios está em constante evolução.
De acordo com os dados obtidos pelo IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), por meio do Portal da Transparência, o Brasil tinha 363.462 pedidos de aposentadorias represados no mês de agosto, dados mais recentes divulgados. Os números não consideram pedidos de BPC (Benefício de Prestação Continuada), renda assistencial paga a idosos e pessoas com deficiência.
Naquele mês, a aposentadoria por idade liderava a fila, com 208.271 solicitações. Os pedidos parados de aposentadoria por tempo de contribuição somavam 136.549, por incapacidade permanente previdenciária (aposentadoria por invalidez), 18.022 e, por incapacidade permanente acidentária, 620.
Os números de agosto representam uma queda de 24,1% na comparação com maio -antes do início do uso de inteligência artificial-, quando havia 478.930 pessoas aguardando uma resposta.
FolhaPress
11:00:02