Matéria extraída do Jornal Tribuna Livre deste sábado
Já se passaram quatro anos que a unidade do Kaiowa em Presidente Venceslau foi arrematada em leilão. À época, a compra por um grupo formado pelas famílias Kato, de Paranavaí (PR), e Martos, de Presidente Prudente, foi muito comemorada pelos venceslauenses.
Referência para exportação de carne em sua fase mais próspera, o Kaiowa foi o principal empregador do município. Além de movimentar a mão de obra, o frigorífico gerava arrecadação de impostos para o município e alimentava o comércio em geral.
Até o final dos anos 80, o Kaiowa teve papel importante para economia não só em Presidente Venceslau como também no Estado. A empresa chegou a abater mais de 1,5 mil cabeças diariamente e se destacava como grande impulsionadora da pecuária na região Oeste do Estado.
Com problemas de dividas fiscais, sobretudo ICMS, entre outros fatores, o Kaiowa entrou em declínio e fechou suas portas em meados dos anos 90, numa época em que grande parte de empresas da região migravam para estados vizinhos por conta dos incentivos fiscais oferecidos.
Em 2002, por um período curto, a unidade foi arrendada para o Grupo Independência, de Campo Grande (MS). Foi uma fase curta de operacionalidade da indústria. As razões para o fim do arrendamento, até hoje, não ficaram claras para a opinião pública.
De lá para cá, o então Kaiowa continua sem abater uma única cabeça. Agora, com o nome Kamar, vive a expectativa da reabertura por parte dos novos proprietários.
Ressalta-se que a pandemia de Covid-19 e também o arrefecimento do mercado chinês em relação à importação de carne, principalmente em 2021, atrasou todo o processo para que a unidade pudesse reabrir.
Na semana passada, o Tribuna Livre apurou junto a um dos proprietários que as reformas previstas ainda não terminaram, e que não há uma data prevista para a reabertura.
Por outro lado, uma informação não oficial aventou que uma parceria ou arrendamento estaria sendo costurada entre os novos proprietários com o grupo Marfrig, visando abate para atender o mercado externo.
Se essa informação se confirmar, é bem possível que a unidade venceslauense comece a operar ainda neste ano de 2022.
Os proprietários adotam o silêncio sobre a reabertura, até para não criar expectativas que acabam não se confirmando na prática.
Diante da crise econômica que o mundo vem atravessando nesse momento, alimentada principalmente pela pandemia e os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, o retorno do frigorífico será um alento para Presidente Venceslau.
Soma-se também a lei promulgada essa semana pelo governador Rodrigo Garcia, que põe fim ao impasse jurídico nas terras do Pontal, com a regularização fundiária de áreas acima de 15 módulos fiscais.
Trata-se de uma demanda antiga que agora permitirá novos investimentos, tanto na agroindústria como na pecuária, atraindo divisas para a economia local e regional.
12:29:04
Uma resposta
Eu cravo, esse frigorífico não irá abrir, esqueçam disso. Foram adquiridos por pessoas que já tem frigoríficos em Prudente e no Paraná, ou seja, se fosse adquirido por outra empresa e funcionasse, seria um concorrente direto para esses frigoríficos.
Sinceramente, esqueçam essa história que o frigorífico abrirá tão cedo, ao aceitar isso, gera menos expectativa para os Venceslauenses.
Venceslau é uma cidade sem futuro, infelizmente, eu amo essa terra e digo isso com maior dor no coração.
Venceslau funciona pelo comércio, que em geral existe graças a funcionários públicos, poucos pecuaristas e algumas cidades na região que ainda não amadureceram o suficiente.