O ex-policial americano Derek Chauvin foi condenado nesta quinta-feira, 7, a 21 anos de prisão federal pelo assassinado de George Floyd, asfixiado em Minneapolis em 2020. Ele já havia sido condenado no ano passado em um tribunal estadual. A sentença desta quinta-feira ocorre em um processo separado relacionado aos direitos civis de Floyd, no qual Chauvin se declarou culpado.
Chauvin foi sentenciado por usar força excessiva contra Floyd e uma outra vítima, um menino de 14 anos, também negro. O incidente não tem relação com o caso de Floyd, que desencadeou uma série de protestos nos Estados Unidos, mas é semelhante.
“Eu realmente não sei por que você fez o que fez, mas colocar o joelho no pescoço de outra pessoa até que ela faleça é simplesmente errado, por essa conduta você deve ser substancialmente punido”, disse o juiz Paul Magnuson ao impor a sentença.
Como já estava preso, a sentença do ex-policial foi deduzida para 20 anos e 5 meses, próximo ao limite prescrito, na faixa de 20 a 25 anos. As sentenças federais e estaduais serão cumpridas simultaneamente.
A ação de Chauvin contra Floyd se tornou um exemplo gritante de violência policial e despertou demandas por igualdade racial em centenas de cidades americanas. O ex-policial asfixiou Floyd por mais de nove minutos após ele tentar passar uma nota falsificada de US$ 20 em uma loja de conveniência. Floyd protestava que não conseguia respirar, até que foi morto. Inicialmente, o Departamento de Polícia de Minneapolis alegou que ele havia morrido em um “incidente médico”.
No acordo de confissão federal, Chauvin reconheceu o uso excessivo de força contra Floyd e em outro caso, em 2017, contra um adolescente chamado John Pope. Segundo a mãe de Pope, Chauvin agrediu o adolescente repetidamente com uma lanterna e o prendeu com um joelho por mais de 15 minutos. O adolescente não teria feito movimentos agressivos contra os policiais, de acordo com o inquérito.
Nesta quinta-feira, John Pope afirmou no tribunal que Chauvin não o tratou como ser humano. “Ele fez uma escolha e não se importou com a consequência. Pela graça de Deus eu vivi para ver outro dia”, declarou.
Estadão Conteúdo
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