Há mais de uma década, nas águas sulfurosas de manguezais no Caribe, biólogos encontraram organismos desconhecidos no formato de pequenos filamentos. Somente cinco anos depois eles identificaram que estavam diante de bactérias “gigantes” — na verdade, a maior espécie já descoberta, com quase 1 cm de comprimento e diâmetro 50 vezes maior do que a detentora do recorde anterior.
O tamanho da Thiomargarita magnifica, como foi batizada, é uma entre outras características notáveis, descritas num artigo que acaba de ser publicado na revista Science. A principal delas é o genoma enorme e que não está disperso na célula, como em outras bactérias, mas sim envolto em membranas, algo encontrado somente em células de organismos mais complexos.
Esse fato tem implicações potencialmente transformadoras para o nosso atual entendimento da evolução, já que essa separação nuclear foi essencial no desenvolvimento de organismos pluricelulares, como as plantas e os animais.
Em tempos pandêmicos, é bom esclarecer que ela, como a imensa maioria das bactérias de vida livre conhecidas, não tem potencial para causar doenças aos seres humanos. Mas pode ajudar a entender os intrincados processos da vida e da evolução e aprimorar conhecimentos que podem ser aplicados aos microrganismos que nos preocupam.
R7
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