Na reta final das negociações para a votação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara, o Palácio do Planalto costura uma saída jurídica para abafar a pressão das carreiras de policiais e segurança pública que ficaram de fora das mudanças e abrir caminho para aprovação da proposta na quarta-feira. Nesta terça (9), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo negocia a retirada das forças de segurança no texto principal da Previdência, que será votado esta semana, para que seja enviada depois por projeto de lei complementar.
Na liderança do processo está o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele reiterou na segunda (8) a confiança na aprovação da reforma da Previdência no plenário da Casa nesta semana. Segundo ele, será uma vitória construída pelo Congresso, e não pelo governo, de quem cobrou medidas para fortalecer a economia. De acordo com Bolsonaro, ele é o “general” do governo no Congresso.
A expectativa de que a reforma da Previdência seja aprovada com uma margem folgada de votos no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, ou até mesmo já nesta semana, sustentou a alta da bolsa nesta segunda-feira, 8, apesar das quedas dos índices em Nova York, com os investidores atentos às articulações finais do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A liderança do PSL na Câmara disparou uma mensagem para seus deputados em que prevê que a votação da reforma da Previdência, em dois turnos, ocorra apenas no sábado, 13, à tarde, um dia a mais do que estimaram demais lideranças. A líder do governo no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), apostou R$ 100 com os colegas do DEM que a reforma será aprovada com 342 votos do plenário, mais do que os 308 votos que são necessários.
O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), confirmou nesta terça-feira, 9, que a oposição vai apostar em um “kit obstrução” para convencer parlamentares a votarem contra a reforma da Previdência. Para Molon, o governo federal “blefa” quando diz que possui mais de 330 votos para aprovar a matéria. Como se trata de uma proposta de emenda à constituição, são necessários 308 votos favoráveis. O presidente Jair Bolsonaro pretende ir à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 10, pela manhã para acompanhar presencialmente parte da sessão de votação da proposta que modifica as regras de aposentadoria no País.
Terra
08:55:03