Uma pesquisa inédita mostrou como algumas proteínas que formam a superfície do coronavírus podem estar desempenhando um papel fundamental na capacidade elevada de replicação de algumas de suas variantes.
A principal proteína envolvida nessa função é a não-estrutural 6 (NSP6, na sigla em inglês) que, quando sofre uma mutação, acaba criando uma ligação melhor entre estruturas envolvidas no processo de multiplicação do Sars-CoV-2 e da célula hospedeira. Outras envolvidas são a NSP3 e a NSP4.
Essa conexão mais “refinada” entre o compartimento contendo o vírus dentro da célula e outros componentes celulares também atua impedindo a defesa natural do organismo contra o invasor, por isso ela garante maior sucesso replicativo.
Entre as variantes de preocupação (VOCs, na sigla em inglês) que carregam essa mutação estão a alfa, gama (que surgiu em Manaus), lambda e a subvariante BA.2, da ômicron, que já é predominante no Brasil.
A descoberta foi divulgada em artigo na revista Nature, a mais prestigiosa do meio científico, no último dia 12. A pesquisa é fruto de colaboração entre cientistas do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e do Instituto Telethon de Genética e Medicina (Tigem), em Nápoles, na Itália.
Para investigar os mecanismos celulares envolvidos na multiplicação do coronavírus dentro do nosso organismo, os pesquisadores buscaram entender a relação da NSP6 com estruturas presentes em todas as nossas células que acabam sendo sequestradas para o processo de síntese do Sars-CoV-2.
FolhaPress
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