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Investimento em vigilância genômica da Covid precisa continuar, diz pesquisadora

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Foto: NIAID

O Brasil conseguiu montar uma estrutura abrangente de monitoramento do material genético do vírus da Covid-19 ao longo dos anos de pandemia, e esse sistema precisa continuar funcionando se o país quiser enfrentar com seriedade as doenças infecciosas do futuro.

A avaliação é de Marilda Siqueira, pesquisadora que chefia o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fiocruz e coordena a rede genômica da instituição. “É importante ter em mente que vamos enfrentar novos desafios desse tipo. Como eu digo nas minhas apresentações faz mais de 20 anos, desde a época em que a gente ainda usava transparências no retroprojetor em vez de PowerPoint, quando o assunto é pandemias, nunca é uma questão de ‘se’, mas sim de ‘quando’ [algo assim vai acontecer].”

Siqueira conversou com a Folha por telefone durante sua participação no Sexto Simpósio Internacional em Imunobiológicos, evento organizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz. A vigilância genômica realizada por ela e outros pesquisadores no Brasil e no mundo é o que permite acompanhar como o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, tem sofrido alterações em seu material genético conforme vai infectando a população humana.

Essas mudanças ocorrem ao acaso, por erros de cópia que aparecem quando o vírus se replica nas células que invadiu. Muitas delas não têm efeito algum ou podem até ser prejudiciais para o Sars-CoV-2.

Outras, no entanto, são capazes de ajudar o vírus a se multiplicar com mais eficiência ou a escapar melhor do sistema de defesa do organismo, levando ao surgimento de variantes, como as designadas pelas letras gregas delta e ômicron. Por isso, saber o que está acontecendo com os genes virais ao longo do tempo é essencial para rastrear como ele está se espalhando e como vacinas e terapias podem se sair diante de novas versões do coronavírus.

Para a pesquisadora, é cedo para dizer como esse processo poderá afetar os riscos trazidos pela Covid-19 no futuro. “Ainda estamos num tempo de muito aprendizado. Nós evoluímos muito em tratamentos e vacinas, e ele [o vírus] também evoluiu. Falta muita coisa para ser compreendida.”

Folha Press
09:40:02

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