Agentes do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro apreenderam na manhã de hoje ao menos R$ 1,7 milhão na casa da delegada da Polícia Civil Adriana Belém. Ela é um dos alvos de uma megaoperação contra o jogo do bicho no estado.
De acordo com o MP, o dinheiro foi encontrado na casa de Adriana, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Até o momento, os investigadores já encontraram ao menos R$ 1,2 milhão guardados em sacos de grifes de luxo, e outros R$ 500 mil escondidos em uma mala. O saldo ainda pode aumentar.
A operação tem como alvo uma rede de jogos de azar liderada pelo contraventor Rogério de Andrade, sobrinho do bicheiro Castor de Andrade, e que tem como um dos integrantes o ex-policial militar Ronnie Lessa, réu pela morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A ação, batizada de Operação Calígula, foi deflagrada pela Força Tarefa do GAECO para o caso Marielle e Anderson (GAECO/FTMA ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). São cumpridos 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, mirando um total de total de 30 pessoas, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem dinheiro.
Segundo o balanço mais recente dos resultados da operação, também foram confirmadas onze prisões, além da apreensão de oito aparelhos de celular, um notebook, um HD e um pen drive.
Amiga de Adriano Imperador
Adriana Belém é uma figura conhecida no Rio de Janeiro por sua presença nas redes sociais, o gosto por roupas de grife e a amizade com o ex-jogador Adriano Imperador, que a considera uma segunda mãe.
No Instagram, ela acumula 156 mil seguidores e exibe uma rotina de festas, eventos sociais e viagens. Sobram fotos com roupas de grife e joias, assim como registros ao lado do ex-jogador. “Domingo feliz!!!!! Fechamento puroooooo!!! Te amo”, escreveu ela em uma das fotos com Adriano.
A delegada comandou a 16ª DP (Barra da Tijuca) por vários anos e foi responsável por iniciar as investigações sobre o desabamento de dois prédios construídos pela milícia na comunidade da Muzema, no Itanhangá, também na zona oeste da capital.
Ela entregou o cargo em janeiro de 2020, em meio ao caso, depois de seu chefe de investigação — o inspetor Luiz Camillo Alves — se tornar um dos alvos da Operação Intocáveis II, que prendeu diversos integrantes da milícia que comanda as favelas do Rio das Pedras e da Muzema.
No mesmo ano, Adriana se licenciou do cargo de delegada para concorrer a uma vaga de vereadora no Rio pelo PSC, com o apoio de Adriano, mas não foi eleita. Na ocasião, ela declarou um patrimônio de R$ 1,8 milhão à Justiça Eleitoral, incluindo R$ 180 mil em espécie.
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