Ao fim de uma semana de aumento da tensão na crise que se desenrola no entorno da Ucrânia, após negociações infrutíferas entre Rússia e EUA, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou neste domingo (30) que não há planos de enviar tropas da aliança militar para o país do Leste Europeu.
Questionado pela rede britânica BBC, o norueguês enfatizou que a aliança militar se concentra, por ora, em fornecer apoio, como modernização da defesa e entrega de equipamentos. “Existe uma diferença entre ser membro da Otan e ser um parceiro forte e altamente valorizado, como a Ucrânia”, emendou Stoltenberg.
As declarações vêm no mesmo dia em que Moscou voltou a rechaçar a possibilidade de a Ucrânia se juntar à aliança militar de 30 países liderada pelos EUA. O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que o país “não está preparado” e que sua chegada “nem sequer contribuiria para um ganho de segurança na Otan”.
As falas seguiram a alegação feita por Lavrov de que a Otan, cuja força, em termos de pessoal e equipamento, é de duas a oito vezes maior que a da Rússia, continua se movendo e está “muito perto” da Ucrânia.
O secretário-geral da aliança, por sua vez, disse que a Otan pretende continuar em busca de uma saída diplomática, deixando claro à Rússia que mais sanções serão impostas para desencorajar o país a usar a força na Ucrânia, como o fez na anexação da Crimeia, em 2014.
Outro agente diplomático do conflito, o Reino Unido comunicou que apresentará nesta semana um projeto de lei com sanções ao que chamou de um “amplo grupo de atividades econômicas russas”, como parte dos esforços para dissuadir Moscou de uma invasão da Ucrânia.
A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, sinalizou que o novo pacote deve ampliar as sanções já impostas por Londres de modo que abarque toda e qualquer empresa de interesse para o governo de Vladimir Putin. “Não vai haver nenhum lugar onde os oligarcas russos possam se esconder”, disse a chanceler à rede Sky News.
JBr
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