CNN
Apesar dos benefícios de não emitir poluentes e serem mais baratos para abastecer, os carros elétricos ainda não caíram no gosto do público brasileiro. O maior vilão continua sendo o custo elevado dos veículos movidos por baterias, mas questões de infraestrutura também atrapalham a adoção em massa desse tipo de mobilidade.
Aqui no Brasil ainda não há uma ampla rede de carregadores públicos e mesmo as tomadas caseiras precisam ser preparadas para carregar um elétrico. Também não existe legislação apropriada para os pontos de carregamento e, por conta disso, o serviço de recarga ainda não pode ser cobrado como serviço.
Apesar de todos os entraves ainda presentes, as vendas de carros eletrificados — que incluem os 100% elétricos e os híbridos — continuam crescendo no mercado brasileiro. Dados da Anfavea, associação que reúne os distribuidores de veículos automotores, mostraram um forte crescimento no mês de outubro.
Entre os carros elétricos foram emplacadas 1.805 unidades entre janeiro e outubro de 2021. O número é 125,3% maior do que em igual período do ano passado. A expectativa é a de que o crescimento total até o final do ano seja superior a 150% na comparação com o acumulado de 2020.
Entre janeiro e outubro de 2021 foi registrado ainda o emplacamento de 25.135 unidades de carros com algum nível de eletrificação, dos mais diferentes tipos de veículos híbridos. O crescimento foi de 32,68% na comparação com o mesmo acumulado do ano passado.
Enquanto em 2020 os veículos eletrificados, incluindo elétricos, atingiram 1% de participação no total de mercado, em 2021 este número já é de 1,7%. Considerando todos os automóveis de passeio e comerciais leves, independente de propulsão, o mercado brasileiro emplacou 1.619.990 unidades.
No total, modelos que utilizam eletricidade na propulsão acumularam 27.097 unidades até outubro, 74% a mais que em igual período de 2020 (15.565). Somente em outubro foram emplacados 2.823 veículos elétricos e híbridos, número 24% superior a outubro de 2020. Na comparação com setembro de 2021, o crescimento chegou a 2,69%.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a boa performance dos modelos eletrificados tem sido encabeçada pelos carros híbridos flex, que combinam um motor a propulsão capaz de rodar com gasolina ou etanol em qualquer proporção em conjunto a um elétrico. E isso acontece apesar de apenas dois modelos 0 km oferecerem tal tecnologia: são os Toyota Corolla e Corolla Cross, fabricados respectivamente em Sorocaba (SP) e Indaiatuba (SP).
A dupla da Toyota foi responsável por 53% de todos os emplacamentos de veículos eletrificados no Brasil entre janeiro e outubro, totalizando 14.446 unidades no acumulado do ano. Considerando que os emplacamentos de todos os híbridos por aqui foram de 15.600 unidades, os dois modelos feitos no Brasil são responsáveis por 92,6% de todas as vendas nesta categoria.
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