Desde que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) começou a cortar a taxa básica de juros (Selic), a partir de outubro de 2016, o brasileiro que compra produtos financiados tem pagado a conta do não repasse integral da queda da Selic para a taxa ao consumidor, aponta o estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Nos cálculos da entidade, há casos em que a prestação ficou quase 15% mais cara.
A despesa maior com juros é visível nos itens de maior valor. Na compra de um veículo de R$ 30 mil, por exemplo, financiado em 42,3 meses, o comprador pagava uma prestação de R$ 960,82, levando em conta os juros médios apontados pela pesquisa do BC em abril deste ano, de 21,12%. Se o corte da taxa básica de juros tivesse sido repassado integralmente para o consumidor, a taxa seria de 11,74% ao ano e a prestação de R$ 838, nas contas da CNC.
Com isso, quando o comprador terminar de pagar o financiamento do carro, ele terá desembolsado R$ 42.016,85. Se o empréstimo tivesse sido contraído pela taxa menor, o carro custaria R$ 36.6545,85. É uma diferença de R$ 5.370,99.
“Para o consumidor, o não repasse integral da queda dos juros básicos às taxas finais representou um maior peso na parcela mensal dos financiamentos, especialmente diante da relativa estabilidade da massa de rendimentos”, diz o economista-chefe da CNC e responsável pelos estudos, Fabio Bentes.
Estadão Conteúdo
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