O PSL, do presidente Jair Bolsonaro, e o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, ocuparam espaços abertos na diplomacia parlamentar e dominaram 45 dos 68 grupos de amizade entre o Brasil e países estrangeiros neste ano. A presidência desses grupos do Congresso Nacional, que em anos anteriores estava dispersa entre diversos partidos, agora se concentra nas duas legendas marcadamente de perfil conservador.
O PSL, que preside 21 grupos de amizade, e o PRB, que comanda 24, foram os partidos cujas bancadas mais cresceram na eleição de 2018. O número de deputados do PSL saltou de 8 para 54 deputados, e o do PRB, de 21 para 31 atualmente.
Os grupos de amizade são semelhantes às frentes parlamentares temáticas, só que dedicados à interlocução com países, blocos e entidades multinacionais como o Mercosul, a ONU, os Brics e a OTAN. Na prática, essas associações de deputados e senadores funcionam como um canal de aproximação com congressistas e governos estrangeiros, em geral por meio das embaixadas, e servem, por exemplo, ao relacionamento entre autoridades para tratar de lobbies e interesses diversos, como imigração, intercâmbio cultural, negócios e comércio bilateral.
Antes nanico, o PSL busca se organizar internamente e aproximar-se, por meio de líderes como o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), de uma articulação internacional da nova direita. À frente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), o filho “Zero Três” do presidente da República se reuniu com governantes de direita nos Estados Unidos, na Hungria e na Itália.
Estadão Conteúdo
09:45:30