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Preso é condenado por ameaçar promotor Lincoln Gakiya

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Promotor do Gaeco Lincoln Gakiya, que investiga o PCC desde 2005 e foi o responsável por pedir transferência de Marcola Imagem: Arquivo Pessoal.

A Justiça condenou a 6 anos e 4 meses o preso Wesley Ferreira Sotero, 29, o Magrelo, apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e acusado de envolvimento em um plano da facção para matar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP).

Segundo a Polícia Civil, em 5 de setembro de 2022 agentes apreenderam um bilhete na cela 55, habitada por Magrelo na Penitenciária 1 de Avaré (SP), contendo ameaças contra Gakiya e outras autoridades públicas. Os ataques deveriam ocorrer no mês seguinte, durante as eleições.

A sentença foi publicada na quinta-feira (8) pela juíza Roberta de Oliveira Ferreira Lima, da 2ª Vara Criminal de Avaré. A magistrada observou que a materialidade e a autoria dos fatos foram devidamente comprovadas nos autos processuais.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Magrelo, mas publicará na íntegra a versão dos defensores dele assim que houver um posicionamento.

Na fase de inquérito e em juízo, o preso negou ter escrito o bilhete com as ameaças. Magrelo afirmou que o exame grafotécnico constatou que a letra na mensagem apreendida não era dele.

A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) instaurou à época o Procedimento Disciplinar 149/2022 para apurar a possível participação de Magrelo em atentados contra o promotor de Justiça, diretores de presídios e policiais civis no período eleitoral.

O bilhete falava ainda em ataques a bases policiais e ao governo estadual. Dizia que os atentados deveriam afetar as eleições porque não haveria mais comícios nem passeatas. Os ataques seriam em represália à permanência da liderança do PCC em presídios federais.

O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), unidade de elite da Polícia Civil, sediada na zona norte paulistana, também instaurou inquérito para apurar o caso e ouviu Magrelo. Ao ser interrogado, ele alegou ser inocente.

Polêmica e desmentidos
O caso gerou grande polêmica. E isso porque no mesmo dia da apreensão do bilhete um “salve” (comunicado) do PCC também foi interceptado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em vários presídios paulistas, desmentindo as notícias de ataques.

O comunicado do PCC informava que a facção não iria promover atentados, não queria violência e tampouco derramamento de sangue. O “salve” afirmava ainda que a situação dos líderes da organização criminosa recolhidos em presídios federais seria resolvida dentro da lei.

Após a apreensão do bilhete, a SAP isolou Magrelo em cela disciplinar por medida cautelar. Não é a primeira vez que o preso é acusado de ser flagrado com mensagens contendo ameaças às autoridades ligadas às forças de segurança.

Em setembro de 2020, quando estava na Penitenciária de Presidente Bernardes, agentes encontraram com o preso um bilhete também com ameaças a Lincoln Gakiya. Por conta disso, no ano seguinte, Magrelo pegou uma pena de 4 anos e 10 meses. JOSMAR JOZINO/UOL

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