Tráfico de crianças: europeu preso no Brasil participava de grupos de barriga de aluguel nas redes sociais

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Uma investigação do Núcleo de Jornalismo Investigativo da Record encontrou publicações do cidadão português Marcio Rocha Mendes, 49 anos, preso pela PF (Polícia Federal) na última segunda-feira (4) pela suspeita de tráfico de crianças, em que ele demonstra interesse em negociar com mulheres brasileiras que fazem parte de um grupo de barriga de aluguel nas redes sociais.

Mendes aparece em vídeos obtidos com exclusividade pela Record e exibidos no Domingo Espetacular (assista à reportagem abaixo) que o mostram saindo do Brasil em 23 de novembro com um bebê — uma menina, com apenas 26 dias de vida. Dias depois ele voltou ao Brasil para tentar levar outra criança, um menino, que havia nascido no mesmo local da outra bebê, na Santa Casa de Valinhos, cidade distante 85 km da capital paulista.

No grupo, dezenas de mulheres se oferecem para ter filhos para terceiros mediante um pagamento. Segundo a Polícia Federal, no Brasil, a prática é crime e só é permitida entre pessoas de uma mesma família em casos específicos. Por lá, também encontramos mulheres que tentam “doar” seus filhos, um jeito de, na verdade, tentar vender a criança, o que também é crime.

Nesse mesmo grupo, Márcia Honório, mulher que aparece carregando a bebê traficada no colo um pouco antes do embarque do português no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, também mantém um perfil em que negocia com interessados em ter uma barriga de aluguel no Brasil.

m uma dessas publicações, Márcia dá sinais de ter feito recomendações a outro perfil, aparentemente de um homem que diz viver em Portugal, sobre como encontrar e negociar com perfis de brasileiras que queiram ser barriga de aluguel por aqui.

Nessa mesma investigação feita nas redes sociais sobre as pessoas envolvidas no caso, uma foto publicada no perfil do companheiro de Marcio Rocha mostra os dois com duas crianças em fevereiro de 2022. Na imagem, há comentários que davam a entender que elas haviam sido adotadas.

Entretanto, quando a bebê brasileira foi resgatada por policiais portugueses na casa do suspeito, em Valongo, na região metropolitana da cidade do Porto, em Portugal, não havia outras crianças no local. R7

 

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